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Reflexão sobre o capítulo XXV do Evangelho Segundo o Espiritismo: "Buscai e Achareis"

  • Foto do escritor: Sociedade Espírita Nazareno Cristo É O Caminho
    Sociedade Espírita Nazareno Cristo É O Caminho
  • 2 de abr. de 2024
  • 6 min de leitura

Hoje, meus irmãos, nós vamos refletir sobre o capítulo 25º do nosso Evangelho Segundo o Espiritismo, cujo título é "Buscai e Achareis".


Este capítulo nos traz para refletirmos os seguintes itens: "Ajuda-te e o céu te ajudará"; e "Observai os pássaros do céu e não vos inquieteis pela posse do ouro".


Eu vou refletir de forma mais específica sobre o primeiro item. A ideia que vamos abordar fala: ajuda-te e o céu te ajudará, pedi e se vos dará, buscai e achareis, batei a porta e se vos abrirá, demonstra que todo aquele que pede recebe, quem procura acha, e se abrirá aquele que bater à porta.


"Também, qual é o homem que, dentre vós, dá uma pedra ao filho que lhe pede pão? Ou se lhe pede um peixe, lhe dará uma serpente? Se, pois, sendo maus como sois, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, com quanto mais forte razão vosso Pai que está nos céus dará os verdadeiros bens àqueles que lhe os pedem". Evangelho de Mateus, capítulo 7, versículo 10. 7 a 11.

Meus irmãos, a reflexão sobre esse item tem uma importância capital. Buscai e achareis. É semelhante ao que nós lemos aqui como o primeiro item do capítulo. Ajuda-te e o céu te ajudará. Sendo este o princípio de duas leis morais, duas leis divinas, que são as leis do trabalho e do progresso. O progresso é filho do trabalho e, sem ele, nós não chegamos de fato a lugar algum.


Sem trabalho, esperando que Deus provenha, ficando apático, achando que as coisas vão acontecer por si sós, não acontece nada. Não saímos do lugar. Por isso, como nos diz no evangelho, se Deus tivesse isentado tanto de uma coisa, quanto da outra, principalmente do trabalho, nós seríamos seres inúteis, porque não teríamos, quem sabe, os membros desenvolvidos, que seriam atrofiados. Se nós tivéssemos sido liberados do trabalho intelectual, nós permaneceríamos no estado de infância, ainda nas condições instintivas de animal.


Por isso, nosso pai, que é soberanamente justo e bom, fez do trabalho uma necessidade, dizendo "busca e acharás, trabalha e produzirás, e dessa maneira serás filho de tuas obras, terás o mérito da tua realização, e serás recompensado segundo o que tiveres feito".


O espírito Lázaro, no capítulo 11º do nosso Evangelho, cujo título é "Amar ao Próximo como a Si Mesmo", no item 8, chamado "A Lei do Amor", nos diz que, no seu ponto de partida, o homem só tem instintos. Mais avançado e corrompido, ele tem sensações, mais destruído e purificado, ele tem sentimentos, cujo ponto alto é o amor. Então, meus irmãos, analisando a nossa história, a história da nossa humanidade, o que nós verificamos? Que no nosso ponto de partida nós usamos mais a nossa inteligência para procurar alimentos, preservarmos as intempéries e nos acautelarmos, tentarmos nos livrar dos nossos inimigos.


Porém, com o passar do tempo, Deus nos deu, a todos nós, ao homem mais do que ao animal, o desejo incessante de se melhorar, o que nos impulsionou, então, à pesquisa, às descobertas, às invenções e ao aperfeiçoamento da ciência. Ciência esta que veio para nos auxiliar. Entendemos que as descobertas que visam a cura de doenças, nosso conforto e as melhorias que beneficiam a nossa espécie como um todo, tem que surgir do nosso próprio esforço. Caso contrário, nós cruzaríamos os braços e ficaríamos simplesmente esperando que as coisas acontecessem de acordo com o nosso desejo, já que acharíamos que, bastando pedir, nós receberíamos.


Então, nós podemos também chamar a atenção para outra questão importante que está no Evangelho e que foi extraída do Livro dos Médiuns, no capítulo 26, item 291 e seguintes, quando diz que os Espíritos não vêm nos livrar, ou seja, não vêm livrar o homem a lei do trabalho, mas mostrar-nos o alvo que deve atingir e a rota que leve a ele, dizendo:

"Marchai e atingirás. Encontrarás pedras nos teus passos, mantém-te vigilante e afasta-as por ti mesmo. Nós te daremos a ajuda e a força necessária, se assim o quiseres".

Veja, meus irmãos, nós temos as condições, que já nos é dada a partir do nosso nascimento pelo Criador, a partir da nossa criação, para intentarmos e trilharmos a nossa caminhada. Com o auxílio desses espíritos amigos, nós temos mais um aporte, aquilo que nós podemos chamar de "uma força a mais", para que façamos as coisas da melhor forma possível e para que os resultados sejam os melhores possíveis, não de forma individual, mas para todos nós.


É por isso, meus irmãos, que há uma questão muito importante nesse capítulo, que nos chama atenção para o seguinte: o progresso individual que cada um de nós cumpre durante a nossa vida é bem pouco, quase imperceptível, mesmo sendo em grande número. Como, então, nós, como humanidade, poderíamos progredir sem a pré-existência e a re-existência da alma, ou seja, do espírito? Sendo a alma, espírito encarnado e indo de cada vez para não mais voltar, a humanidade teria que renovar-se sem cessar com os elementos primitivos e tendo tudo a fazer, tudo a aprender. Não haveria, deste modo, razão para que o homem fosse mais avançado hoje do que nas primeiras idades do mundo, uma vez que a cada nascimento todo o trabalho intelectual estaria por recomeçar. A alma, ao contrário, voltando com o seu progresso realizado e adquirindo cada vez alguma coisa a mais, ela passa, de forma gradual, da barbárie à civilização material e desta à civilização moral.


De fato, se nosso espírito, a alma, fosse embora quando perecesse juntamente com o corpo físico, nós teríamos sempre todo o trabalho a fazer e, certamente, estaríamos provavelmente ainda lá no início, na infância da nossa humanidade.


Por isso, é importante deixar claro que, sobre o ponto de vista moral, as palavras de Jesus, neste capítulo, vem nos dizer que nós temos que estar atentos e pedirmos sempre a luz que deve clarear a nossa caminhada, e ela nos será dada. Nós temos que pedir forças para resistir ao mal, e as teremos. Pedir a assistência dos bons espíritos, e eles virão nos acompanhar, como o anjo Tobias, e nos servirão de guias. Pedir bons conselhos, que jamais nos serão recusados. Batei a porta e ela vou ser aberta. Mas pedir sinceramente, com fé, fervor e confiança. Apresentando-nos com humildade e não com arrogância. Pois, se fizermos com arrogância, seremos abandonados às nossas próprias forças e teremos punição para o nosso orgulho. Esse é o verdadeiro sentido das palavras buscai e achareis.


Uma outra reflexão que eu entendo importante é que a nossa busca de oportunidade para que nós possamos bater nessas portas que vão nos oportunizar. Então, esse progresso significa dizer que nós precisamos, de forma correta, de forma justa, de forma adequada às nossas necessidades materiais, morais e espirituais, fazermos uso do nosso livre-arbítrio, tendo que nós, por nosso esforço, irmos ao encontro daquilo que queremos e que necessitamos.


Nossa vontade é a nossa força motriz, essa centelha divina que nós trazemos em nós. Nosso livre-arbítrio é que vai nos permitir a fazermos as escolhas certas e arcar com elas. E é para isso que nós temos que nos atentar para a importância dessa busca, para a importância do entendimento de que essa porta se abrirá na medida em que nós procurarmos, por nosso próprio esforço, irmos ao encontro dessas necessidades.


Para finalizar, escolhi uma mensagem do Espírito Bezerra de Menezes, psicografada pelo médium José Carlos de Luca, no dia 13 de fevereiro de 2016, cujo título chama-se "Um Pouco Mais", e que nos diz assim:

"Filhos queridos, gostaria de, humildemente, pedir a cada um de vocês um pouco mais de paciência, um pouco mais de tolerância, um pouco mais de fé, um pouco mais de esperança, um pouco mais de caridade, um pouco mais de espiritualidade, um pouco mais de oração, um pouco mais de esforço, um pouco mais de perdão, um pouco mais de amor. Não é muita coisa, somente um pouco mais. Porque o pouco, com Deus, é muito".

Meus irmãos, embora essa mensagem tenha sido nos trazida em fevereiro de 2016, eu entendi que ela traz uma atualidade muito grande com o momento em que nós estamos atravessando. Precisamos de todos esses sentimentos que estão aqui elencados para que nós possamos atravessar essa tempestade, esse desafio, mais fortalecidos, mais coesos, mais fortes na nossa fé, mais confiantes no Criador, mais confiantes em nós mesmos, nas nossas possibilidades como filhos seus que somos. E por sermos seus filhos, temos em nós, em potência, todas as suas virtudes, todos os seus atributos.


Eu agradeço a atenção dos amigos, desejo que todos tenhamos uma ótima noite e até uma próxima oportunidade.


Obrigado a todos e uma boa noite.





 
 
 
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